A Festa Junina é uma tradição da cultura popular que muito me faz reviver os momentos de infância que, lá no sertão do Ceará, aprendi com os poetas que trazem no coração a essência do matuto a cavalo de perneira e de gibão.
Lá no meu sertão os cantadores de viola, à beira da fogueira, fazem festa e brincadeiras, numa noite de São João onde o claro é fogueira é fogo que aquece a alma do meu sertão, lá não tem luz elétrica, mas tem lamparina e lampião.
Na festa tem muita alegria onde toda a família se reúne para comer milho assado, ouvir contos engraçados e celebrar a compadreia, onde a figura central passa ser os afilhados que depois daquele dia passa a pedir a bênção e trata com muito respeito seu padrinho do coração. Tudo isso é real, não tem nada de invenção.
Compadre, comadre, afilhado e tem até noivado na fogueira de São João, tem gente que não se lembra mas eu não consigo esquecer que tinha muito a agradecer a minha mãe, minha mãezinha, que crivava um belo capão e todos saboreavam essa iguaria que para nós sertanejos é comum nos sabores do sertão. O capão é um frango, que depois de despojado dos testículos passa a se chamar capão, tem tratamento especial para desenvolver com maior velocidade, alimentação é milho colhido na propriedade e na noite da festa todos se deliciam de sua carne que tem um sabor incomparável.
São João chegou, passou sem ser festejado, mas no próximo ano, com a graça de Deus, poderemos seguir nossa tradição e nossa cultura ainda mais fortalecidos.
